Práticos e descomplicados, os lofts ganham destaque na arquitetura brasileira.
Práticos e descomplicados, os lofts ganham destaque na arquitetura brasileira. Mudanças no estilo de vida da população contribuem para que ele seja a escolha ideal para muitos
Um verdadeiro estilo de morar. Com este conceito surgiram, nos anos 1970, os lofts, caracterizados pela ausência de paredes para delimitar espaços. Preferidos pelos artistas nova-iorquinos em busca de um custo de vida mais acessível, os lofts agradaram os descolados da época, atravessaram gerações e continuam mais atuais do que nunca.
A tendência das famílias menores e até mesmo de pessoas que vivem sozinhas fazem com que a procura por esse partido arquitetônico cresça, como observa a arquiteta Estela Netto (www.estelanetto.com.br). “A pessoa que mora sozinha não quer uma casa compartimentada, na qual usará apenas 20%, 30% dela; ela vai querer usar todos os ambientes da residência. Se mora com alguém, quer conviver mais com aquela pessoa, com os amigos. Assim, espaços que são conectados a ponto de chegar num só (que é o conceito do loft mesmo) são os ideais.”
Para que o espaço se torne ainda mais aconchegante, é necessário um cuidado todo especial ao projetá-lo. “Como no loft os espaços são integrados, a decoração deve ser fruto de um projeto minucioso. Isso porque espaços mais amplos precisam de um esforço maior para se tornarem aconchegantes. Ao mesmo tempo, a chance de errar é grande, pois se a decoração de cada ambiente não for harmonizada e balanceada o ambiente certamente ficará poluído e dará outra sensação que não a amplitude”, explica a arquiteta Marina Dubal (www.dad.arq.br).
Mesmo com essa especificidade, o loft permite liberdade quando o assunto é escolha da decoração. “Qualquer estilo é possível no loft, depende de cada cliente e cada estilo de vida. Originalmente, esse partido arquitetônico estava ligado aos estilos mais contemporâneos, urbanos e minimalistas. Mas atualmente nada impede que pessoas com o gosto mais clássico possam ter um loft”, explica Marina.
De acordo com Estela, o desafio ao se pensar em um loft é detalhar a marcenaria de forma adequada. É preciso criar soluções para guardar todos os itens que fazem parte de espaços como lavanderia, quarto, banheiro e cozinha, sem, no entanto, deixar o loft recheado de informação. Por outro lado, a busca pelo esteticamente perfeito não pode fazer com que o local seja inabitável, a ponto de não poder ter à mão tudo o que deseja. “Essa medida em ser funcional e aceitável esteticamente é a grande questão do loft”, finaliza Estela.