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A Semana de Arte Moderna

Em fevereiro de 2022 a Semana de Arte Moderna completará 100 anos. Saiba o que foi e suas consequências históricas culturais para o Brasil

Por: Giovana Roesler       21 de Janeiro de 2022   |   VISUALIZAÇÕES 3.149

O que foi a Semana de Arte Moderna?

A Semana de Arte Moderna foi uma manifestação artístico-cultural, realizada durante três dias (13, 15 e 17 de fevereiro de 1922), no Teatro Municipal de São Paulo.
O evento incluiu jovens artistas irreverentes e contestadores, que inspirados nas vanguardas europeias, propunham uma nova visão de arte e uma renovação social, juntamente com suas manifestações artísticas, políticas e culturais.
 
Os artistas apresentaram ao Brasil, uma diversidade de tendências artísticas, o que contribuiu para uma mudança estética e para o Movimento Modernista no Brasil. Desta forma, houve a ruptura com o tradicionalismo cultural e com a arte acadêmica, que estava associada às correntes artísticas e literárias anteriores, como o simbolismo e o parnasianismo.
 
Os artistas, que uniram seus esforços para apresentar suas produções ao grande público, conseguiram realizar diferentes apresentações, como as de música, dança, recital de poesias, leitura de poemas complexos, palestras sobre arte moderna e exposição de mais ou menos 100 obras. Apesar do empenho, a principal base do movimento foram as artes plásticas.
 

Características da Semana de Arte Moderna:

 
Capa do programa da Semana de Arte Moderna de 22, autoria de Di Cavalcanti. Acervo do Instituto de Estudos Brasileiros - USP - Arquivo Mário de Andrade. Fonte: ItaúCultural
 
 

Qual foi o objetivo da Semana de Arte Moderna?

O que aconteceu na Semana de Arte Moderna foi uma manifestação coletiva pública, na qual se buscava popularizar a arte, criticar a arte acadêmica e ocasionar modificações sociais, políticas e econômicas, além de promover inovações e proporcionar o surgimento de uma nova estética, com características brasileiras autênticas.
 
O objetivo dos participantes era o de criar uma forma de romper com o conservadorismo vigente no cenário cultural, com o parnasianismo e com os parâmetros que vigoravam nas artes em geral. Foi um meio de possibilitar um espírito novo e moderno, que se opusesse à cultura e à arte de teor conservador e formal, que predominava desde o século XIX no Brasil.
 

Qual era o contexto histórico social da Semana de Arte Moderna?

Durante o ano da Semana de Arte Moderna, o Brasil completava o centenário de sua Independência, além de estar passando por inúmeras mudanças sociais, políticas e econômicas. O mundo estava no clima do fim da Primeira Guerra Mundial, vivendo o advento da industrialização, havia imigração estrangeira e com isso, o crescimento da urbanização.
 
Todas essas mudanças motivaram alguns artistas a repensarem a identidade nacional e a buscarem uma nova imagem, com princípios autênticos brasileiros. Estes precursores do modernismo tiveram, em sua maioria, sua formação artística realizada em universidades europeias, com inspiração nas vanguardas e em suas experiências na Europa. 
 
 
De pé da esquerda para direita: Couto de Barros junto de Manuel Bandeira e Mário de Andrade. Sentado no chão, Oswald de Andrade. Fonte: Unicamp
 

Quais foram os principais artistas da Semana de Arte Moderna?

 
A Semana de Arte Moderna - Belmonte. Fonte: ItaúCultural
 
 

Quais principais obras foram apresentadas na Semana de Arte Moderna?

Na Semana de Arte Moderna havia a exposição diária de mais ou menos 100 obras e três sessões literárias e musicais noturnas. O escritor Graça Aranha inaugurou o evento com a palestra “A emoção estética da Arte Moderna”.
No segundo dia do festival, houve uma leitura realizada por Ronaldo de Carvalho, do poema “Os Sapos”, de Manuel Bandeira, além da palestra com o escritor e artista plástico Menotti del Picchia. Já no terceiro dia, o maestro Heitor Villa-Lobos se apresentou no palco do teatro.
 
Alguns artistas e suas obras marcaram esse período, com destaque para a pintura “Art nouveau” e “Pierrete”, de Di Cavalcanti, além da capa do catálogo da exposição da Semana de Arte Moderna de 1922, da capa e das páginas do programa da Semana de Arte Moderna de 22 também produzidas por Di Cavalcanti.
Recebe destaque também “M. Maunier Et Sa Fille”, óleo sobre tela de Vicente do Rego Monteiro e “A Boba”, quadro pintado por Anita Malfatti, entre 1915 e 1916. Além das esculturas de Victor Brecheret e da poesia de Mário de Andrade.
 

Quais foram as consequências da Semana de Arte Moderna?

No início, as pessoas não conseguiram compreender a nova proposta de arte, ficaram desconfortáveis com tais apresentações e compararam os artistas envolvidos com loucos e doentes mentais, desta forma, a crítica foi severa quanto ao movimento.
 
A Semana de Arte Moderna não recebeu muita atenção dos jornais e teve pouca repercussão na época. Ficou claro que a população não estava preparada para receber tais modelos artísticos.
 
Com o passar do tempo, foi considerada um dos marcos mais importantes na história cultural do Brasil, contribuindo para uma revolução artística e literária, que permitiu a liberdade de produção e pesquisa estética, além de possibilitar um florescimento artístico e intelectual.
 
Após 1922, uma mudança no cenário artístico e literário se consolidou e as ideias apresentadas na Semana de Arte Moderna se tornaram regras na academia brasileira. Como consequência disso, diversas revistas, como a Revista Klaxon, a Revista Estética e a Revista de Antropofagia, foram criadas. Além da formação de manifestos, como o Manifesto Regionalista e de movimentos, como o Movimento Pau-Brasil, o Movimento Verde-Amarelo e o Movimento Antropofágico.
 
 

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