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Agave
As plantas do gênero Agave podem produzir belos e sofisticados jardins
Por: Renata Vianna Unruh       19 de Junho de 2022 - ATUALIZADO EM: 15 de Julho de 2022   |   VISUALIZAÇÕES 2.259

Origem do nome

Entre as possíveis origens do nome Agave, estão o nome Agaue, a mãe de Pentheus, personagem da mitologia grega, a palavra agauos, que significa nobre e ilustre, a palavra agasthai  que significa maravilha, ou deriva da palavra gaiein que indica algo para se alegrar,  acrescida do prefixo a-, que imprime intensidade.
 

Características gerais

Nativo de regiões áridas e semiáridas das Américas, o gênero Agave inclui centenas de espécies. São resistentes a seca, ao sol e ao calor intensos e algumas espécies toleram geadas. Compostas por espessa polpa, as folhas das suculentas armazenam água. Caracterizam-se pelas folhas volumosas e coriáceas, organizadas em roseta, que variam de alguns centímetros a 2 metros e meio e apresentam cores desde o verde pálido ao azul-cinza, variegadas ou listradas. Em condições naturais, as espécies do gênero Agave crescem muito e podem alcançar 4 a 5 metros de diâmetro. A manutenção é simples, basta apenas regar com mais regularidade durante períodos quentes e proteger da exposição ao frio.
Em geral, são monocárpicas, o seja, morrem após a floração e a média de vida, está em torno de 30 anos. As inflorescências são altas, podem atingir 9 metros de altura em algumas espécies, com flores vermelhas, amarelas ou verdes e frutos do tipo cápsula. Após a floração, as espécies monocárpicas devem ser inteiramente removidas.
Devido a adaptações ao habitat, esse gênero desenvolveu um sistema de fotossíntese denominado Metabolismo de Ácido Crassulaceano, que fixa o dióxido de carbono à noite para limitar a quantidade de água perdida.
 
Liberdade de criação e combinação de espécies nesse jardim sofisticado que combina a formalidade da topiaria e a espontaneidade do gênero Agave. Imagem: Depositphotos
 

Curiosidade

Além do valor ornamental, algumas espécies têm importância econômica, por servirem a obtenção do néctar de agave, alternativa ao açúcar, a produção de Mescal, tradicional bebida mexicana, desenvolvida a partir do caule fermentado e destilado, além do Pulque, outra bebida fermentada, que tem como ingrediente a seiva do talo da inflorescência. E o tecido fibroso de algumas espécies, serve à criação de cordas, redes, tapetes entre outros objetos.

Seleção de algumas espécies para o uso em jardinagem e paisagismo

 
Agave angustifolia. Imagem: Depositphotos
 
A Piteira do Caribe, Agave angustifolia, plantada isoladamente ou em grupos produz um efeito esplêndido nos jardins. A sugestão é incluí-la em projetos de desenho geométrico e interpor pedras a composição. Organizadas em roseta, suas folhas são verdes com margem branca, laminares, longas e estreitas, de textura coriácea e pouco flexíveis, margeadas por cerdas rígidas e pontiagudas. Não é aconselhável plantá-la ao longo de passeios considerando seus espinhos agressivos.
A espécie é monocárpica, apresenta flores brancas ou amarelas em suas inflorescências altas, que alcançam entre 3 e 4 metros e são polinizadas por abelhas, aves e morcegos.
É uma planta rústica, adaptada a seca, que se desenvolve sob sol pleno, em solo drenável e rico em matéria orgânica. Deve receber regas esparsas, apenas quando o solo estiver seco. Propaga-se através de sementes ou brotações que se formam na base da planta original e adulta, alcança entre 60 cm e 1 metro e meio. É uma espécie que pode ser cultivada em ambiente interno por suas dimensões.
 
Agave polvo. Imagem: Depositphotos
 
A Agave polvo, Agave vilmoriniana, é uma planta nativa do México e se destaca plantada isoladamente ou integrando composições interessantes, com cactos e outras suculentas, em jardins rochosos ou espaços gramados. Apresenta folhas verdes, espessas e recurvadas de modo semelhante aos apêndices de um polvo. É monocárpica e sua inflorescência vertical tem pequenas flores amarelas.
Desenvolve-se a partir dos bulbilhos, pequenos brotos, que surgem no caule das hastes florais. Deve ser cultivada sob pleno sol ou meia sombra. É uma planta rústica, tolerante a seca e não é exigente quanto ao solo, mas é aconselhável regar regularmente durante as estações mais quentes do ano e plantá-la a meia sombra em locais de extremo calor. Sob calor intenso suas folhas adquirem cor amarelada. É perene, de crescimento rápido e alcança 1 metro de altura e 1 metro e meio de diâmetro.
 
Os delicados filamentos da Agave palito acrescentam um detalhe a mais, a essa planta ornamental. Imagem: Depositphotos
 
A Agave palito, Agave geminiflora, é uma planta nativa do México, também indicada aos jardins rochosos. Possui folhas verde-escuras, longas, estreitas, fibrosas e flexíveis com espinhos nas margens, dispostas muito próximas umas das outras. É bastante simétrica e densa e filamentos brancos se destacam das margens produzindo um efeito ornamental.
Essa espécie é também monocárpica e propaga-se por bulbilhos. Deve ser cultivada a pleno sol, não é exigente quanto ao solo, mas a  presença de matéria orgânica favorece seu desenvolvimento. É importante que o solo seja bem drenável, para evitar o apodrecimento das raízes. Quando exposta ao frio, adquire coloração avermelhada.
 
A majestosa inflorescência da Agave americana. Imagem: Depositphotos
 
A Piteira azul, Agave americana, é uma planta nativa do México, muito ornamental e indicada a projetos de jardins tropicais e composições geométricas, combinada a pedras e pedriscos. Tem folhas azul-esverdeadas, compridas, laminares e pontiagudas com margens amarelas. Existem variedades que apresentam estrias amarelas sobre as folhas.
Desenvolve-se a partir dos bulbilhos que surgem na base da planta de origem, ou nas hastes florais. Deve ser cultivada sob sol pleno, em solo rico em matéria orgânica e bem drenado, porque não tolera encharcamento. A espécie pode alcançar até 1,80 metros.
 
Agave attenuata. Imagem: Pixabay
 
A Agave-dragão, Agave attenuata, a planta nativa do México, é muito usada em paisagismo. Integra projetos de jardins tropicais e geométricos, como maciços ou combinada a outras plantas, como a Piteira-do-caribe, dracena, clorofito e Pata-de-elefante. Suas folhas espessas são verde-claras, acinzentadas e as inflorescências longas apresentam muitas pequenas flores. Deve ser cultivada sob pleno sol, em solo fértil e regas regulares.
 
Agaves, yuccas e cactos integram os Jardins Bahai em Haifa, Patrimônio Mundial da UNESCO. Imagem: Pixabay
 

Jardins com Agave

O gênero Agave participa de forma harmoniosa em composições que envolvem aloes, cactos, calatheas, ciclantos, filodendros, dracenas, helicônias, sansevierias e suculentas diversas, como a Pata de elefante em jardins desérticos e jardins tropicais
Dramáticos e sofisticados, os jardins desérticos são constituídos por plantas resistentes, como agaves, aloes e yuccas, além de pedras e cascalho.
As aloes são frequentemente confundidas com agaves, mas ao contrário destas, as aloes, não perecem após a floração.
A cidade de Haifa, em Israel, abriga os Jardins Bahai, um Patrimônio Mundial da UNESCO situado no Monte Carmelo. Os Jardins, projetados pelo arquiteto iraniano Fariboz Sahba, são organizados em 19 terraços que oferecem uma vista extraordinária da cidade. Os caminhos são ladeados por sebes, em desenho onde predomina a simetria e conta com muitas plantas exóticas, incluindo as do gênero Agave.
 
Agaves nos Jardins Bahai em Haifa, Israel. Imagem: Depositphotos
 
As pedras são elementos que favorecem a criação de uma atmosfera de conforto e tranquilidade, conferem rusticidade e textura ao jardim e possibilitam experiências sensoriais.  Entre as vantagens de incluí-las ao projeto estão a beleza e a praticidade, porque não necessitam de manutenção recorrente, porém tornam os jardins mais úmidos. 
Para selecionar pedras para o jardim, é importante conhecer o tipo de solo para harmonizar a composição, considerar os acessos e percursos, para favorecer os deslocamentos através de um desenho universal e planejar de acordo com o orçamento. Há pedras em diversos formatos e dimensões, o que permite criar conjuntos harmoniosos e funcionais. Em jardins orientais, o significado do uso das pedras, está associado à resistência.
 
Pedras acrescentam textura aos jardins. Imagem: Depositphotos
 
Quando em grandes dimensões e estado natural, é interessante distribuir as pedras aleatoriamente, para garantir o efeito mais natural. Existe a possibilidade de criar com pedras de rio, facilmente encontradas e que contribuem com uma aparência mais rústica ao projeto, por conta de sua forma irregular e coloração terrosa. Já os seixos rolados proporcionam um aspecto mais delicado e a sensação de conforto pela superfície arredondada e a coloração mais bege.
A pedra brita comum, de contorno irregular é encontrada em preço bastante acessível. As pedras britas na cor branca, têm aparência brilhante e imprimem destaque às áreas onde são acrescidas. A pedra dolomita, é uma pedra branca encontrada em diversas dimensões, que também garante destaque aos jardins, sendo frequentemente usada na delimitação de trajetos. Por conta da superficie harmoniosa em cor e forma, a pedra dolomita é muito indicada para projetos de jardins internos.
E para as áreas do percurso, é comum utilizar pedras recortadas, as peças garantem conforto e elegância aos caminhos de um jardim.
 

Cultivo em ambientes internos

Para cultivar as espécies de Agave em vasos, é importante garantir que o recipiente tenha dimensões que permitam o seu crescimento, mas principalmente, que haja boa drenagem do solo, porque o encharcamento provoca o apodrecimento das plantas. É necessário proporcionar iluminação adequada ao desenvolvimento e para a decoração, são sugeridas as pedras dolomitas que produzem um belo efeito em ambientes internos.
 

Fontes e imagens

 

 

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