Qual a diferença entre os tipos de lápis grafite? Qual o jeito correto de apontá-los? O que é um esfuminho? Confira estas e outras dicas importantes para quem quer começar a desenhar.
Desenhos e pinturas sempre me chamaram a atenção: o desafio de representar um detalhe ou uma paisagem é encantador. Por isso, seguindo meu lado artístico, optei pela Arquitetura como profissão (saiba mais: O Arquiteto).
O que eu não sabia era o quão pouco, na minha carreira profissional, eu iria desenhar. A rotina corrida me levou para o computador (Autocad, Sketchup, Revit... e muito Microsoft Office) e o pouco que desenho se restringe a um ou outro croqui inicial.
Foi então que a editora GG entrou em contato e perguntou sobre o interesse em receber livros para análise... por quê não? Livros de assuntos maravilhosos, quem não quer? Amei!
A partir daí passei a redescobrir minha velha paixão: pintura e desenho.
Livros de desenho e pintura que inspiram meus estudos. Imagem: Arq. Nadine Voitille
Tenho uma base sobre estes assuntos e estou usando cada informação para construir aptidões que ficaram esquecidas por tanto tempo. Por isso resolvi reunir neste artigo algumas dicas iniciais para quem ama desenhar e para arquitetos e designers que, assim como eu, precisaram deixar de lado sua paixão mas podem resgatá-la com pouco esforço (assim eu prometo!).
O pouco material que ainda tinha eram os que sobraram da universidade. Usei todos eles para fazer meus estudos até o momento e agora senti a necessidade de ir completando meus itens de papelaria. Comecei pelos lápis grafite.
Existem diferentes tipos de lápis grafite, do duro ao macio (quanto mais argila em sua composição, mais duro):
9H – 8H – 7H – 6H – 5H- 4H – 3H – 2H – H – F – HB – B – 2B – 3B – 4B – 5B – 6B – 7B – 8B – 9B
Sabemos que material de papelaria não é barato. Então comprei 10 lápis grafite da Faber-Castell e montei este esquema para sentir a dureza e a maciez de cada lápis. Senti muita diferença quando passei para o HB, 2B e 4B (e como disse acima, fiquei surpreendida com a dificuldade para apontar o 8B, pois inicialmente quis usar um apontador... não façam isso).
Comecei pressionando mais o lápis e depois suavizei (foi assim que quebrei a ponta do lápis 8B).
Os lápis H e 2H são “terríveis”: eles realmente são perfeitos para fazer linhas finas. E a partir do 3B senti a facilidade de criar texturas, mas também vi aumentar a “sujeira” do grafite no papel (aquela que marca as mãos se a esfregamos sobre o desenho).
Por que usar o estilete para apontar alguns tipos de lápis? Descobri na prática: o grafite macio, se apontado no apontador, poderá quebrar facilmente. Isso aconteceu com o lápis 8B. Por isso:
* Tenho usado lixa de unha para fazer o acabamento da pontas dos lápis, mas existem materiais próprios.
No site IPStudio encontrei uma dica preciosa: é possível criar todas as tonalidades com um lápis 6B, devendo apenas treinar a pressão aplicada sobre o lápis. Caso não seja possível fazer isso de início, explore outros lápis, como o 3B ou 4B.
Ao ler e estudar o livro Desenhar a Luz, descobri o quanto de treino e de cuidado precisamos ter para representar corretamente luz e sombra em desenhos.
Materiais que ajudam:
Um limpa tipo é uma borracha macia (como uma macinha) indicada para limpar desenhos feitos por lápis macios – também pode ser chamada de borracha artística. Se passarmos uma vez sobre o desenho ela o deixa um pouco mais claro, se passarmos mais vezes, vai gradativamente clareando a folha (mas se quisermos realmente apagar algo feito por um lápis 6B, por exemplo, podemos usá-la e depois finalizar com uma borracha comum).
Ela absorve o grafite e basta amassá-la para usar novamente. Sua durabilidade é boa e sua maleabilidade permite moldá-la em diferentes formatos para assim se adaptar ao que precisamos.
Se indico? Sim e muito! É uma ferramenta indispensável para desenhistas.
Uso o limpa tipo da Faber-Castell e gosto muito. Veja abaixo um teste que fiz, usando-a em uma hachura deita por lápis 6B:
Nesta imagem fiz uma comparação entre o uso do algodão, do pó de borracha e do limpa tipo.
Um esfuminho é um rolo de feltro ou papel (semelhante ao formato de uma caneta/lápis), que serve para esfumar sombras de desenhos feitos a lápis grafite, carvão ou creiom, criando um degradê de tons.
Depois de finalizar o desenho é indicado o uso de um fixador para que o grafite não suje o próprio desenho ou tudo que o tocar. Este fixador irá impermeabilizar a superfície e protegê-la.
Estes são os livros que me inspiram a desenvolver minhas técnicas de desenho e pintura. Organizei a lista em 3 partes: a primeira apresenta técnicas de desenho (geral), a segunda ensina sobre a figura humana e a terceira sobre técnicas de pintura com aquarela.