A Espada-de-são-jorge ou Espada-de-ogum, originalmente, a planta nativa do continente africano, recebeu o nome Sansevieria trifasciata. As plantas desse gênero, são denominadas plantas cobra, por causa de suas folhas longas de ponta delgada, também são conhecidas por língua de sogra, cauda de tigre e cânhamo em corda de arco de víbora, porque suas fortes fibras, apresentam resistência suficiente para fazer cordas de arco.
Origem do nome científico
Atualmente, o nome é Dracaena trifasciata. Dracaena, tem origem na palavra grega, drakaina, o feminino de drakon, dragão.
O nome antigo registrado pelo botânico sueco, Carl Peter Thunberg, que a trouxe para a Itália em 1794, foi uma homenagem ao enigmático príncipe de San Severo na Itália, Raimondo di Sangro (1710-1771). O príncipe foi um estudioso, inventor e influente maçom, responsável por inspirar a restauração da Cappella Sepolcrale di Sansevero, que desperta curiosidade pelas obras de misterioso simbolismo codificado.
Trifasciata, significa três faces e parece ter origem nas três faixas de manchas presentes nas folhas da planta. Nome frequentemente encontrado, é Sansevieria trifasciata laurentii, o laurentii se refere a forma variegada.
A mudança do nome científico, se deve ao fato de existirem muitos sistemas de classificação e a nomenclatura antiga gerava confusão.
Obtém-se um elegante efeito junto a outras coloridas suculentas. Imagem: Unsplash
Características Espada de São Jorge
É uma planta ornamental, suas folhas são seu principal atributo e pela durabilidade, servem como folhagem de corte (sem as raízes) para arranjos florais. São muito indicadas ao cultivo em ambientes internos pela facilidade de adaptação e capacidade purificadora, além da resistência. Qualidades que contribuem para que seja facilmente indicada para integrar projetos paisagísticos.
A planta herbácea, cresce formando touceiras ou tufos e possui caule extremamente curto, um caule subterrâneo, que constitui o eixo principal de onde partem as folhas, formando uma roseta.
Folhagem
As folhas verticalmente dispostas, são verdes e têm margens amarelo-douradas, com manchas irregulares, apresentam muitas variações naturais, com relação a coloração e dimensão das folhas. Acumulam água, o que as classifica como suculentas, possuem forma de lança, são glabras, fibrosas, com textura coriácea e ápice pontiagudo.
Flores
As flores são sustentadas por um eixo alongado, em inflorescências do tipo racemo, ou estão dispostas em vários eixos a partir de um eixo central, constituindo uma panícula. Durante o período de floração na primavera, os cachos de flores em cor branca ou creme, exalam uma agradável fragrância à noite. As flores não têm importância ornamental como as folhas e raramente a floração é percebida em plantas cultivadas em ambientes fechados. Possui frutos de cor alaranjada que são ricos em polpa.
lnflorescências da Dracena trifasciata. Imagem: Depositphotos
Crescimento
Em geral, apresenta crescimento lento, mas cultivada em locais melhor iluminados se desenvolve mais rapidamente.
Plantas cultivadas alcançam cerca de 90 cm de altura e vivem entre 5 e 10 anos.
Propagação
Ao perceber que existem mais de duas lanças acima do solo, ainda que pequenas, é possível dividi-las em recipientes diferentes. Depositar folhas na água para produzir o enraizamento é uma técnica de propagação eficiente. As plantas podem crescer nessas condições e se desenvolver durante semanas ou meses, recebendo nutrição a partir de um fertilizante solúvel em água.
Beleza mantida com facilidade. A luminosidade favorece a variegação. Imagem: Unsplash
Toxicidade
É frequentemente descrita como uma
planta tóxica. Contém uma toxina que se consumida em grande quantidade pode provocar dormência e edema na língua. Possui alta concentração em saponinas, presentes na composição de coleréticos, diuréticos e laxantes. A planta aparece no site da Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade contra os Animais, como prejudicial para cães e gatos, provocando diarreia, náuseas e vômitos.
Variedades
Existem diversas espécies e cultivares. Entre elas estão a Dracaena trifasciata hahnii, que é chamada variedade anã, fica muito bem em vasos e pode ser usada como bordadura e forração. A Dracaena trifasciata moonshine, também pequena, possui folhas prateadas e quanto mais jovem, mais claras são suas folhas. E a Dracaena trifasciata cylindrica, que tem folhas cilindriformes.
Diferencial
De acordo com um estudo da
NASA, a
Dracaena trifasciata laurentii, está entre as 10 melhores plantas de filtragem de ar em ambientes internos, junto ao Crisântemo,
Chrysantemum morifolium, a
Hera Inglesa,
Hedera helix, o Lírio da Paz
, Spathiphillum, entre outras
. É capaz de filtrar toxinas do ar como o Tricloroetileno, o Benzeno e o Formaldeído.
A Espada-de-são-jorge junto a Aglaonema, plantas que filtram o ar. Imagem: Unsplash
Requisitos para o cultivo
Solo
Deve ser cultivada em solo com boa drenagem e receber regas periódicas, ou seja, apenas quando o solo estiver seco. Para plantá-la em vasos, é aconselhável optar por modelos que contenham cavidades para facilitar o escoamento de água, pois o excesso, promove a flacidez e o amarelecimento das folhas.
Luminosidade
Deve ser protegida da incidência solar direta, que ocasiona folhas amareladas e quebradiças. Adapta-se a sombra e ambientes escuros, mas pode desenvolver folhagem opaca e frágil. O ideal é mantê-la em local iluminado, onde receba incidência solar indireta para favorecer a variegação.
Irrigação
É bastante rústica e dispensa cuidados especiais, requer pouca manutenção e pode ser cultivada mesmo sob condições adversas de excessiva umidade ou seca. Dizem que é bastante difícil prejudicá-la! É uma ótima planta para quem ainda não tem prática e quer adotar uma plantinha.
Forma de lança, estrias que lembram as de um tigre, margens amarelo-douradas e uma aura mística. Imagem: Unsplash
Propriedades místicas
A espada-de-são-jorge tem um aspecto esotérico, simboliza a espada de Ogum, um ser espiritual que recebe devoção e é cultuado em religiões de matriz africana. Ogum, na mitologia iorubá, é o senhor da agricultura, da guerra, do ferro e da tecnologia que forjava suas próprias ferramentas.
O sincretismo religioso o associa a fulgurante imagem de São Jorge, o santo herói, que na fé católica combate o mal, representado pela figura do dragão. A Ares, deus da guerra, na mitologia grega e a Ganesha, na mitologia hindu.
Pelo significado místico, a planta, está presente em rituais das religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda e a ela são atribuídos poderes de proteção. Suas folhas são frequentemente usadas sobre as portas para evitar energias nocivas e malefícios.
Curiosamente, o Feng Shui, recomenda a presença de um exemplar saudável na entrada da casa. Para a filosofia chinesa, a planta é intensificadora da sorte, com potencial capacidade de influir no sucesso. Talvez a única restrição à planta, pela filosofia, seria por conta das pontas das folhas, em geral, folhas arredondadas estão associadas a mais suavidade e harmonia, enquanto pontas afiladas, são percebidas como estímulo aos conflitos e desequilíbrio, dentro do ambiente doméstico.
Leveza e suavidade em um delicado jardim. Imagem: Unsplash
Integração aos jardins e ambientes internos
Compõe jardins áridos e rochosos e jardins modernos e geométricos, onde a intenção é explorar a forma escultural das plantas. Proporcionando
dramaticidade ao espaço
minimalista, frequentemente livre do controle da simetria e despojado de ornamentos. Combina com aloes, agaves, cicas e palmeiras. Participa de jardins urbanos, que tendem ao minimalismo e onde há preocupação com a manutenção da privacidade. Assim, é indicada para que se plante junto a cercas e muros ou componha
cercas-vivas. Pode participar de
jardins tropicais, junto a diversas espécies, entre elas a colorida
Aglaonema, a Palmeira,
Chamaedrea seitritzii e o
Philodendron, plantas que também purificam o ar.
Uma simpática composição que inclui espécies como a Costela-de-Adão, Monstera deliciosa e a Barba de serpente, Ophiopogon jaburan. Imagem: Unsplash
Decorativamente, pode ser utilizada em frente à residência ou próximo a porta de acesso a um apartamento, além da estética, cumpre também a habilidade protetora que a ela é atribuída. Suas folhas rajadas se destacam e valorizam os ambientes, filtra o ar e se adapta a meia sombra ou iluminação indireta. O que faz dela uma excelente opção para cultivo em ambientes internos.
Fontes consultadas e imagens