Lina Bo Bardi 05/12/1914 - 20/03/1992
Uma italiana de nascença, mas brasileira por escolha, a arquiteta modernista Achillina (Lina ) Bo Bardi trouxe seus conhecimentos do Velho Mundo, através da sua formação em Arquitetura na Universidade de Roma, para agregá-los com paixão à nossa cultura popular.
Lina Bo Bardi. Imagem: Editora Cosacnaify
A sua formação, baseada na combinação racional estética de Le Corbusier e no pensamento marxista de Antonio Gramsci, fez com que ela encontrasse no Brasil elementos abundantes para expandir sua contribuição à modernidade, extrapolando os campos da arquitetura e do urbanismo.
Sempre envolvida na área da cultura e com muitas habilidades, dedicou-se além da arquitetura, a projetos em teatro, cinema, artes plásticas e também atuou como designer de móveis, objetos e jóias, artista plástica, cenógrafa, editora, figurinista, curadora e organizadora de diversas exposições.
Uma grande oportunidade surgiu quando seu marido, o crítico de arte Pietro Maria Bardi, recebeu o convite de Assis Chateaubriand para fundar e dirigir um museu no Brasil: isso lhe possibilitou projetar o museu mais importante da América Latina, o MASP.
No Rio de Janeiro, Lina e Pietro, conhecem personalidades como Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Rocha Miranda e Burle Marx.
Lina Bo Bardi contribuiu imensamente para a cultura urbana moderna através do seu olhar atento às questões da convivência urbana.
Foi uma mulher de frases marcantes, com um estilo todo pessoal, independente, antifeminista, despojada de futilidades, de luxos e com um profundo desprezo pela burguesia.
Lina nasceu em Roma, Itália, no dia 5 de dezembro de 1914, e morreu em São Paulo, em sua Casa de Vidro, no dia 20 de março de 1992.
Portanto, no ano de seu centenário, várias exposições no Brasil e no mundo (Alemanha, Estados Unidos, Itália e Suíça) irão mostrar a sua arquitetura que foi voltada para o exercício da cidadania e para o convívio interclasses.
Principais Obras
Sua grande herança para a arquitetura brasileira foi o desenvolvimento de um desenho arrojado, o uso de novos revestimentos (concreto ou tijolo aparentes) e a exposição de fiações e conexões. Veja abaixo uma lista das suas principais obras:
- Ela construiu sua casa própria no bairro do Morumbi em São Paulo, a chamada Casa de Vidro, numa área de 7000m2, cercada de mata atlântica e hoje, tombada como reserva natural.
Casa de Vidro, de Lina Bo Bardi. Foto: Lutero Pröscholdt Almeida. Fonte: Vitruvius
- Sua obra mais conhecida e marcante, foi o projeto da sede do Museu de Arte de São Paulo, o MASP, onde ela projetou uma cadeira dobrável de madeira e couro para o auditório, considerada a primeira cadeira moderna do Brasil.
MASP em São Paulo. Imagem: Blog Visite Sampa
- Em 1977, Lina Bo Bardi adaptou uma antiga fábrica de tambores para criar o projeto do Sesc Pompéia. Ela contrastou madeira e concreto bruto de uma maneira rude, e passou a chamá-lo de “silo, bunker, container”
Sesc Pompéia: projetado por Lina Bo Bardi em 1977. Imagem: Spirit of Football
- Em Salvador, realizou o projeto de restauro do Solar do Unhão, um conjunto arquitetônico do século XVI.
- Os suportes museográficos da exposição A Mão do Povo Brasileiro foram importantes exemplares da última fase de sua carreira.
- Lina trabalhou junto com os mestres de obras e operários na construção da Igreja do Espírito Santo do Cerrado, em Minas Gerais, escolhendo os materiais e fazendo todos os detalhamentos no local. Devido a sua importância arquitetônica, foi tombada como patrimônio pelo IEPHA (Instituto Estadual do Patrimônio artístico/MG).
- Projetou a Casa da Cultura, em Recife – restaurou o edifício neoclássico, uma antiga casa de detenção, junto com Jorge Martins Junior, para transformá-la em um centro de artes.
- Teatro Oficina, São Paulo, 1990.
Teatro Oficina em São Paulo. Projeto de Lina Bo Bardi e Edson Elito. Foto: Nelson Kon. Fonte: Vitruvius
- Reforma do Palácio das Indústrias, São Paulo 1992 – inconclusa.
- Reforma do Teatro Polytheama, Jundiaí, 1986 – concluído em 1996.
* MAIS FOTOS: Lina Bo Bardi - Principais Obras
Frases de Lina Bo Bardi
- “Quando a gente nasce, não escolhe nada, nasce por acaso. Eu não nasci aqui, escolhi esse lugar para viver. Por isso, o Brasil é meu país duas vezes, é minha ‘Pátria de Escolha’, e eu me sinto cidadã de todas as cidades“.
- “Me senti num país inimaginável, onde tudo era possível".
- “O Brasil é meu país duas vezes!” Lina Bo Bardi
- “Tenho horror de projetar casa para madame, que infrige como será a piscina, as cortinas. Só projeto casas para pessoas que tenho relação afetiva.”
- afirmava “Como ser feminista? As feministas têm voz de galinha e falta de conteúdo.”
- “Pensei: isso tudo deve continuar assim, com toda esta alegria”. Lina Bo Bardi – Projeto Sesc Pompéia – SP
Fontes Consultadas e das Imagens
- Blog Visite Sampa. Site: http://visitesampa.blogspot.com.br Acesso em: novembro, 2014
- Editora Cosacnaify. Site: http://editora.cosacnaify.com.br Acesso em: novembro, 2014
- Enciclopédia Itaú Cultural. Site: enciclopedia.itaucultural.org.br Acesso em: novembro, 2014
- Instituto Lina Bo e P.M. Bradi Site: www.institutobardi.com.br Acesso em: novembro, 2014
- Mercado Arte. Site: www.mercadoarte.com.br Acesso em: novembro, 2014
- Spirit of Football. Site: http://www.sof2014.com.br Acesso em: novembro, 2014
- Vitruvius. Site: www.vitruvius.com.br Acesso em: novembro, 2014