Mães profissionais das áreas de arquitetura e design criam os quartinhos de seus próprios filhos, aliando profissionalismo e muito amor maternal em cada detalhe.
O amor de mãe pode ser revelado de inúmeras formas e, para arquitetas e designers, uma delas é transcender esse sentimento em projetos que vão transformar o quartinho de seus filhos em um ambiente lindo e acolhedor, um mundinho particular com a sua carinha.
A arquiteta Flávia Gamallo, sócia-proprietária da CoGa Arquitetura, por exemplo, ao criar o quarto de sua filha Paola, buscou como proposta um ambiente mais lúdico, que permitisse a ela fácil acesso aos brinquedos e exercesse sua autonomia e desenvolvimento criativo. "Mesinha para atividades e tapete para brincadeiras confortáveis no chão completam a ideia. Bem colorido, mas com cores que acalmam nas paredes, para as horas de sono e descanso. O design do mobiliário moderno configura uma certa elegância. Uma cabaninha remete ao seu mundinho, onde pedimos permissão para entrar", descreve.
Flávia, porém, diz que a tarefa não foi assim tão fácil na hora de criar o espaço para a pequena, pois queria colocar todas as ideias legais em um só ambiente. "Qual mãe que não deseja que o filho possua as mais incríveis experiências, não é verdade? Mas, como isso não é possível, temos que abrir mão de algumas propostas e focar na mais importante para cada etapa de desenvolvimento. Para minha filha, a mesinha de atividades e a cabaninha são muito importantes. Coloquei, também, nichos altos para rodízio de brinquedos e, abaixo, caixinhas soltas com os brinquedos do momento, que sempre trocamos quando percebemos um certo desinteresse. Aí, ela acaba se interessando, novamente, por um brinquedo do passado. É bem legal essa dinâmica", avalia a mamãe-arquiteta.
O lúdico foi, também, ponto inicial da criação da designer de interiores e psicóloga Fabiana Visacro ao projetar o cantinho de sua filha Gabi. "Foi um projeto pensado para incentivar a fantasia, o lúdico, mas que ao mesmo tempo acompanhasse o desenvolvimento da criança e se mantivesse atual para as novas necessidades com o passar do tempo", explica.
Para a pequena Gabi, a designer Fabiana Visacro priorizou o lúdico. Fotos: Henrique Queiroga
Fabiana ressalta que foi priorizado no espaço a necessidade de estimular e proporcionar o desenvolvimento da filha. "Eu sabia que precisava estimular e proporcionar o desenvolvimento da autonomia. Fazer um quarto sob o ponto de vista dela ajudaria bastante e, por isso, ter uma área de produção (bancada em MDF Duratex branco) que regulasse de acordo coma faixa etária dela, permitiu que ela desenvolvesse plenamente suas habilidades manuais e criatividade com conforto e com o sentimento de que aquele era o seu espaço. É fundamental despertar na criança o senso de organização e apropriação. Ela precisa entender desde bem cedo que as coisas possuem lugares definidos e que alguns pertences são da responsabilidade dela", esclarece.
Já a designer de interiores Melina Mundim, ao criar o quarto do seu filho Marcus, optou por um projeto durável, que acompanhasse todo o seu crescimento e suas novas perspectivas com o passar dos anos. "A ideia principal foi criar um quarto que durasse. Não queria um quarto que fosse só de bebê e isso é um desafio, pois não sabemos quais serão as reais necessidades da criança, do que ela vai gostar. Mas, no final, acho que acertei. Ele adora o quarto, o espaço que era do berço ficou sendo o lugar de brincar. Como a cama é encostada na parede, embaixo dela ficam as gavetas para guardar os brinquedos. Tive a preocupação de deixar tudo sempre à mão dele. O quarto tem como base o cinza e o branco que me permite trocar as outras cores muitas vezes", revela.
Para Melina, este foi um projeto que a instigou, pois colocou em xeque a mulher profissional e a mãe. "Um desafio igual e maior ao mesmo tempo, porque envolve muito sentimento. Preciso misturar o que é ideal para servir a uma criança, mas ao mesmo tempo envolve toda uma emoção que pode atrapalhar em alguns momentos (risos)", encerra.
Para seu filho Marcus, a designer Melina Mundim criou um quarto que durasse mais. Fotos: Henrique Queiroga /Rodrigo Tozzi
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