A Designer Cris Hoffmann passeia por Tiradentes e nos traz dicas preciosas para conhecer o local.
É com muita alegria que aceitei o convite do Clique Arquitetura para escrever como colunista de arquitetura e turismo. Nesse espaço, pretendo compartilhar um pouquinho das minhas andanças por aí, sob a ótica de uma designer de interiores apaixonada por arte e detalhes.
Esse texto de estréia é fruto de uma viagem que fiz recentemente a Minas Gerais. O objetivo era participar do 13º Seminário de FengShui, em Tiradentes. Mas como eu gosto de estrada, aproveitei o embalo pra conhecer São João Del Rey, depois estiquei até Ouro Preto e Mariana.
Pra falar de Minas são necessárias muitas e muitas colunas. Vou tentar mostrar um pedacinho de tudo que conheci e vivenciei por aquelas bandas. Minas é apaixonante, extremamente rica em arquitetura histórica e cultura. Sem contar que possui a maior malha viária do País, o que facilita bastante o acesso aos lugares. Já falei da simpatia do povo? Da cordialidade, da receptividade? Vixe Maria, isso não falta ao mineiro!
Bom, falemos primeiro sobre Tiradentes, que foi a “sede” do meu passeio. Um breve histórico:
Tiradentes surgiu por volta do ano de 1700, após a descoberta de ouro na região, o que atraiu um grande número de pessoas interessadas na exploração do precioso metal. A cidade foi uma das que mais tiveram ouro de superfície no Brasil, e graças a esta abundância, em 1718 foi elevada à condição de Vila de São José del Rey, ganhando a configuração arquitetônica que permanece até hoje.
Foi em 1889 que o governo republicano decidiu trocar o nome da cidade para Tiradentes, homenageando o filho ilustre, e em 1938, não só a cidade, como todo seu entorno paisagístico, foram tombados pelo IPHAN. Hoje, Tiradentes é considerada um dos pólos turísticos mais importantes do Brasil.
Fiquei hospedada na pousada Vivenda, que é muito bem localizada, próxima ao centrinho histórico (dá pra ir a pé tranquilamente). É linda, muito aconchegante e o atendimento é pra lá de atencioso. Sem contar que o café da manhã é um deleite – nem pense em levar a dieta pra Minas!
Vista da pousada no entardecer. Foto: Cris Hoffmann
Para quem quiser andar um pouquinho mais, passando o centrinho chega-se facilmente à lindíssima Igreja Matriz de Santo Antônio, um dos mais belos monumentos do barroco brasileiro. Confira a programação de visitas a essa igreja, tive a experiência singular de assistir a um concerto nela, e posso garantir que é impressionante! São cerca de 480kg de ouro revestindo seu interior.
A Matriz de Santo Antônio - 480kg de ouro em seu interior. Foto: Cris Hoffmann
Do alto do jardim da igreja, é possível ter uma vista privilegiada de Tiradentes – da cidade e da Serra de São José, que circunda o município.
Tiradentes envolta pela Serra de São José. Foto: Stella Petra
No meu ponto de vista, o calçamento em pedra capistrana, típico do Brasil colônia, é um charme a mais, embora existam projetos que preveem a retirada dessas pedras e o nivelamento das vias para favorecer a acessibilidade e o trânsito. Há quem prefira que o trânsito seja restrito a pedestres nessa região. Mas enquanto o polêmico assunto não é definido, minha sugestão: calce um bom tênis ou qualquer calçado bem confortável e delicie-se num passeio que é uma verdadeira viagem no tempo!
O calçamento em pedra no centro histórico de Tiradentes. Foto: Cris Hoffmann
Ah! Mas engana-se quem pensa que só vai encontrar “antiguidade” em Tiradentes. Existem muitas construções novas e modernas; porém, é visível a preocupação com a história, com os antepassados. O novo, com um “perfume de época” no ar. Lindo demais!
A nova arquitetura mineira. Foto: Cris Hoffmann
Bom, esse foi só um “cadinho” de Tiradentes pra vocês. Espero que tenham gostado! Nos próximos capítulos, conto mais sobre Minas e outros lugares. Até lá!